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Estado da Paraíba, 20.4.1884 – Leopoldina, 12.11.1914. Obra única: Eu (1912), que, acrescida de Outras Poesias, tornar-se-ia uma das mais populares de seu país.
Fico a pensar no Espírito disperso
“Temas e vocábulos científicos convergem para um objetivo, na opinião de Alfredo Bosi: uma renovação da temática poética através da inclusão da ciência, elemento predominante na cultura do tempo de Augusto dos Anjos, Mas não é só isso: o poeta paraibano seleciona e combina palavras científicas e as transforma em linguagem poética.” JORGE LUIS ANTONIO. In: Ciência, arte e metáfora na poesia de Augusto dos Anjos. São Paulo: Navegar Editora, 2004, p. 23-24.
“Seu trabalho poético resulta de uma redução das formas parnasianas e simbolistas, de uma ruptura radical com uma visão meramente”literária” da poesia: o abandono, pelo poeta, das alturas olímpicas e das dimensões oníricas, para reencontrar a realidade banal, bruta, antipoética, que é a sua matéria” (GULLAR, 1995: 23) apud JORGE LUIS ANTONIO. In: Ciência, arte e metáfora na poesia de Augusto dos Anjos. São Paulo: Navegar Editora, 2004. .
A IDÉIA
De onde ela vem?! De que matéria bruta Vem essa luz que sobre as nebulosas Cai de incógnitas criptas misteriosas Como as estalactites de uma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta Do feixe de moléculas nervosas, Que, em desintegrações maravilhosas, Delibera, e, depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a constringe, Chega em seguida às cordas do laringe, Tísica, tênue, mínima, raquítica...
Quebra a força centrípeta que a amarra, Mas, de repente, e quase morta, esbarra No molambo da língua paralítica!
LA IDEA
Traducido por Anderson Braga Horta
¿¡De dónde viene?! ¿¡Qué materia bruta Filtra esa luz que enciende nebulosas Y de incógnitas criptas misteriosas Cae como estalactitas de una gruta?!
—¡De la psicogenética disputa En el haz de moléculas nerviosas, Que, en desintegraciones prodigiosas, Delibera y decide y ejecuta!
—Del encéfalo atroz que la constringe, Va las cuerdas buscar de la laringe, Tísica, tenue, mínima, raquítica...
Mas, la fuerza centrípeta deshecha, Casi muerta, ¡de súbito, la estrecha El trapo de la lengua paralítica!
SOLILÓQUIO DE UM VISIONÁRIO
Para desvirginar o labirinto Do velho e metafísico Mistério, Comi meus olhos crus no cemitério, Numa antropofagia de faminto!
A digestão desse manjar funéreo Tornado sangue transformou-me o instinto De humanas impressões visuais que eu sinto, Nas divinas visões do íncola etéreo!
Vestido de hidrogênio incandescente, Vaguei um século, improficuamente, Pelas monotonias siderais...
Subi talvez às máximas alturas, Mas, se hoje volto assim, com a alma às escuras, É necessário que inda eu suba mais!
SOLILOQUIO DE UN VISIONARIO Traducido por Anderson Braga Horta
Tentando desvirgar al laberinto Del viejo y metafísico Misterio, ¡Mis ojos crudos en el cementerio Comí, antropófago, de sangre tinto!
¡La digestión de ese manjar funéreo Tornado sangre transformó mi instinto De ese humano mirar mío, distinto, En divina visión de íncola etéreo!
De hidrógeno vestido, incandescente, Por un siglo vagué, improficuamente, En la monótona sidérea faz...
Subí quizá a las máximas alturas, Mas si hoy regreso con el alma a oscuras, ¡Es necesario que yo suba aún más!
VOZES DA MORTE
Agora, sim! Vamos morrer, reunidos, Tamarindo de minha desventura, Tu, com o envelhecimento da nervura, Eu, com o envelhecimento dos tecidos!
Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos! E a podridão, meu velho! E essa futura Ultrafatalidade de ossatura, A que nos acharemos reduzidos!
Não morrerão, porém, tuas sementes! E assim, para o Futuro, em diferentes Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,
Na multiplicidade dos teus ramos, Pelo muito que em vida nos amamos, Depois da morte, inda teremos filhos!
VOCES DE LA MUERTE Traducido por Anderson Braga Horta
¡Ahora sí, a morir vamos reunidos, Oh, tamarindo de mi desventura, Tú por tu envejecida nervadura Y yo por la vejez de mis tejidos!
¡Ah, esta noche es la de los Vencidos! ¡La podredumbre, viejo! ¡Y esa futura Fatalidad de la osamenta dura, A que nos hallaremos reducidos!
¡No morirán, con todo, tus simientes! Y así, para el Futuro, en diferentes Florestas, valles, selvas, glebas, guijos,
En tus múltiples brazos y en sus ramos, Por lo mucho que en vida nos amamos, ¡Después de muertos, aún tendremos hijos!
A MEU PAI MORTO
Madrugada de Treze de Janeiro. Rezo, sonhando, o ofício da agonia. Meu Pai nessa hora junto a mim morria Sem um gemido, assim como um cordeiro!
E eu nem lhe ouvi o alento derradeiro! Quando acordei, cuidei que ele dormia, E disse à minha Mãe que me dizia: “Acorda-o”! deixa-o, Mãe, dormir primeiro!
E saí para ver a Natureza! Em tudo o mesmo abismo de beleza, Nem uma névoa no estrelado véu...
Mas pareceu-me, entre as estrelas flóreas, Como Elias, num carro azul de glórias, Ver a alma de meu Pai subindo ao Céu!
A MI PADRE MUERTO Traducido por Anderson Braga Horta
Madrugada tristísima de enero. Sueño y rezo el oficio de agonía. ¡Mi Padre, en ese instante, se moría Sin un gemido, así como un cordero!
¡Ni le oí el aliento postrimero! Al despertar, supuse que él dormía, Y respondí a mi Madre que pedía “¡Llámalo!”: — “!Déjalo dormir primero!”
¡Salí por ver a la Naturaleza! En todo, un vasto abismo de belleza; Nada entelaba el estrellado velo...
¡Mas parecióme ver, como en la historia De Elías, en un carro azul de gloria Subir el alma de mi Padre al Cielo!
VERSOS ÍNTIMOS
Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão —esta pantera— Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!
VERSOS ÍNTIMOS Traducido por Anderson Braga Horta
¿¡Ves?! Nadie ha presenciado el formidable Entierro de tu última quimera. ¡Sólo la Ingratitud —esta pantera— Te ha sido compañera inseparable!
¡Acostúmbrate al lodo que te espera! El Hombre, que, en la tierra miserable, Mora entre fieras, siente inevitable Necesidad de ser, como ellas, fiera.
Toma un fósforo. ¡Enciende tu cigarro! La mano que acaricia es aun fiereza. Si aún a alguien causa lástima tu llaga, ¡Apedrea esa mano que te halaga,
O LAMENTO DAS COUSAS Triste, a escutar, pancada por pancada, A sucessividade dos segundos, Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos, O choro da Energia abandonada!
É a dor da Força desaproveitada — O cantochão dos dínamos profundos, Que, podendo mover milhões de mundos, Jazem ainda na estática do Nada!
É o soluço da forma ainda imprecisa... Da transcendência que se não realiza... Da luz que não chegou a ser lampejo...
E é em suma, o subconsciente ai formidando Da natureza que parou, chorando, No rudimentarismo do Desejo!
EL LAMENTO DE LAS COSAS Traducido por Anderson Braga Horta
Escucho, entre una y otra campanada, Triste, la sucesión de los segundos; Y oigo en llantos subir, del Orbe oriundos, ¡La voz de la Energía abandonada!
¡Dolor de fuerza desaprovechada —Canto llano de dínamos profundos, Que, pudiendo mover miles de mundos, Yacen aún en la inercia de la Nada!
Sollozo de la forma aún imprecisa... De trascender que nunca se realiza... De luz que no llegó a relampagueo...
Y en suma, ¡el subconsciente ay miserando Con que Natura se quedó, llorando, En lo rudimentario del Deseo!
NATUREZA ÍNTIMA
Cansada de observar-se na corrente Que os acontecimentos reflectia, Reconcentrando-se em si mesma, um dia, A Natureza olhou-se interiormente!
Baldada introspecção! Noumenalmente O que Ela, em realidade, ainda sentia Era a mesma imortal monotonia De sua face externa indiferente!
E a Natureza disse com desgosto: “Terei somente, porventura, rosto?! “Serei apenas mera crusta espessa?!
“Pois é possível que Eu, causa do Mundo, “Quanto mais em mim mesma me aprofundo, “Menos interiormente me conheça?!”
NATURALEZA ÍNTIMA Traducido por Anderson Braga Horta
Cansada de observarse en la corriente Que de acontecimientos relucía, Reconcentrándose en sí misma, un día, ¡Miróse la Natura interiormente!
¡Frustrada introspección! ¡Noúmenalmente Lo que Ella, en realidad, aún sentía Era aquella inmortal monotonía De su faceta externa indiferente!
Y dijo con disgusto la Natura: “¿¡Tendré tan sólo un rostro, por ventura?! ¿¡Seré tan sólo esta corteza fosca?!
¿¡Es posible que Yo, causa del Mundo, Cuanto más me sondee el ser profundo, Menos interiormente me conozca?!
HINO À DOR
Dor, saúde dos seres que se fanam, Riqueza da alma, psíquico tesouro, Alegria das glândulas do choro De onde todas as lágrimas emanam...
És suprema! Os meus átomos se ufanam De pertencer-te, oh! Dor, ancoradouro Dos desgraçados, sol do cérebro, ouro De que as próprias desgraças se engalanam!
Sou teu amante! Ardo em teu corpo abstracto. Com os corpúsculos mágicos do tacto Prendo a orquestra de chamas que executas...
E, assim, sem convulsão que me alvoroce, Minha maior ventura é estar de posse De tuas claridades absolutas!
HIMNO AL DOLOR Traducido por Anderson Braga Horta
Dolor, salud de aquellos que se aplanan, Fasto del alma, psíquico tesoro, Júbilo de las glándulas del lloro Donde todas las lágrimas emanan...
¡Oh, supremo, mis átomos se ufanan De ser tuyos, Dolor, puerto del coro De los míseros, sol del cerebro, oro De que hasta las desgracias se engalanan!
¡Soy cual tu amante! Ardo en tu cuerpo abstracto. Los mágicos corpúsculos del tacto Prenden la orquesta ardiente que ejecutas...
¡Y así, sin convulsión que me alboroce, Es mi mayor ventura estar en goce De tus resplandecencias absolutas!
Sofro aceleradíssimas pancadas No coração. Ataca-me a existência A mortificadora coalescência Das desgraças humanas congregadas!
Em alucinatórias cavalgadas, Eu sinto, então, sondando-me a consciência A ultra-inquisitorial clarividência De todas as neuronas acordadas!
Quanto me dói no cérebro esta sonda! Ah! Certamente eu sou a mais hedionda Generalização do Desconforto...
Eu sou aquele que ficou sozinho Cantando sobre os ossos do caminho A poesia de tudo quanto é morto!
EL POETA DE LO HEDIONDO Traducido por Anderson Braga Horta
Sufro aceleradísimas patadas Del corazón. ¡Me ataca a la existencia La mortificadora convivencia De las plagas humanas congregadas!
¡En alucinatorias cabalgadas, Siento, entonces, sondando mi conciencia La ultrainquisitorial clarividencia De todas las neuronas despertadas!
¡Ah, en el cerebro duéleme esta sonda! Cierto soy del Dolor la más hedionda Generalización... ¡Soy quien sin puerto
Quedó vagando, solo con su sino, Cantando entre los huesos del camino La poesía de todo cuanto es muerto! O ÚLTIMO NÚMERO
Hora da minha morte. Hirta, ao meu lado, A Idéia estertorava-se... No fundo Do meu entendimento moribundo Jazia o Último Número cansado.
Era de vê-lo, imóvel, resignado, Tragicamente de si mesmo oriundo, Fora da sucessão, estranho ao mundo, Como o reflexo fúnebre do Incriado.
Bradei: — Que fazes ainda no meu crânio? E o Último Número, atro e subterrâneo, Parecia dizer-me: “É tarde, amigo!
Pois que a minha autogênita Grandeza Nunca vibrou em tua língua presa, Não te abandono mais! Morro contigo!”
EL ÚLTIMO NÚMEROTraducido por Anderson Braga Horta
La Idea agonizaba... En lo profundo Del viejo entendimiento moribundo Yacía el Último Número cansado.
¡Qué duelo verle, inmóvil, resignado, Trágicamente de sí mismo oriundo, Ajeno a sucesión, extraño al mundo, Cual fúnebre reflejo de lo Increado!
Gritéle: — ¿Qué haces aún preso en mi cráneo? Y él, solitario, negro y subterráneo. Parecía decirme: “¡Es tarde, amigo!
Visto que mi autogénita Grandeza No ha vibrado jamás tu lengua presa, ¡No te abandono más! ¡Muero contigo!”
CANTO DA ONIPOTÊNCIA
Cloto, Átropos, Tifon, Laquesis, Siva... E acima deles, como um astro, a arder, Na hiperculminação definitiva O meu supremo e extraordinário Ser!
Em minha sobre-humana retentiva Brilhavam, como a luz do amanhecer, A perfeição virtual tornada viva E o embrião do que podia acontecer!
Por antecipação divinatória, Eu, projetado muito além da História, Sentia dos fenômenos o fim...
A coisa em si movia-se aos meus brados E os acontecimentos subjugados Olhavam como escravos para mim!
CANTO DE OMNIPOTENCIA
Trad. de Jaime Tello
Cloto, Átropos, Tifón, Laquesis, Sira... Y sobre ellas, cual astro empieza a arder Hiperculminación definitiva ¡Mi supremo y extraordinario Ser!
En mi sobrehumana retentiva Brillaban, cual la luz de amanecer. La perfección virtual tornada viva/ ¡Embrión de algún posible acontecer!
Por anticipación divinatoria, Yo, proyectado allende de la Historia Sentía de los fenómenos el fin…
La cosa-en-sí movíase a mis aullidos, Los acontecimientos sometidos Miraban, como esclavos, hacia mí.
(Extraído de Cuatro siglos de poesía brasileña. Caracas: Centro Abreu e Lima de Estudios Brasileños/ Instituto de Altos Estúdios de América Latina/Universidad Simon Bolívar, 1983.)
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MAIS POEMAS...
A AERONAVE
“O morcego é um olhar para si mesmo, é um tentar ver-se, conhecer-se, estranhar-se, enquanto tema, enquanto linguagem, enquanto ideia fixa, enquanto imagem, enquanto repetição aparente que transporta o leitor para outras relações. A obsessão dos “olhos” e do “morcego” através da vogal “o” e da consoante “m” é um longo caminhar para a introspecção, para o mundo interior, à procura de uma identidade, de uma identificação.” JORGE LUIS ANTONIO. In: Ciência, arte e metáfora na poesia de Augusto dos Anjos. São Paulo: Navegar Editora, 2004, p.114.
ANJOS, Augusto dos. Poesias de Augusto dos Anjos. Seleção e apresentação Ferreira Gullar. Ilustrações Van Acker. Brasília: Confraria dos Bibliófilos do Brasil, 1999. 104 f. 26x30 cm. capa dura. Composição em linotipo pelo tipógrafo Léo dos Santos Cardos, impressão na Gráfica Adicel, encadernação e acabamento na Encadernadora Múltipla. Miolo em papel Chamoix Bulk 90 g; gravuras em papel especial de algodão da Imbrafiltro e capa e sobrecapa fabricadas manualmente com fibras vegetais.Tiragem: 211 exemplares numerados e assinados pelo ilustrado e pelo encarregado da seleção. Ex. na bibl. Antonio Miranda: exemplar de Prova.
A NOITE
A nebulosidade ameaçadora A água transubstancia-se. A onda estoura À custódia do anímico registro Ficam brilhando com fulgor sinistro
AOS MEUS FILHOS Vulcão da bioquímica fogueira Culminâncias humanas ainda obscuras, Benditos vós, que, em épocas futuras,
VERSOS A UM COVEIRO Um, dois, três, quatro, cinco... Esoterismos Oh! Pitágoras da última aritmética, Tíbias, cérebros, crânios, rádios e úmeros,
Porque, infinita como os próprios números, A tua conta não acaba mais!
PROENÇA, Ivan Cavalcanti. O Poeta do Eu. Rio de Janeiro: Livraria Editora Cátedra; Brasília: INL, 1975. 88 p. Ensaio crítico sobre Augusto dos Anjos. 14x21 cm. “ Ivan Cavalcanti Proença “ Ex. bibl. Antonio Miranda
Augusto dos Anjos é autor de um só livro, e de um livro que se chama EU. Indicação curiosa para que vejamos nessa circunstância um autor que, evidentemente, deveria descrever um universo cujo centro era sua própria pessoa. E, interessante, este universo augustocêntrico é apresentado dentro de uma avassaladora maioria de versos decassílabos de tal modo que poderíamos dizer que toda poesia de Augusto é feita em decassílabos, tão raros e tão pouco numerosos os que não têm dez sílabas. Ora, devemos notar que a leitura desses versos nos traz a todo momento a repetição das mesmas ideias. Só o génio do poeta — dando roupagem a esse pequeno número de ideias — é que faz do livro um dos de maior aceitação entre todos os de poetas brasileiros, além de isolá-lo entre os demais de nossa literatura.
O problema da técnica artesanal não o preocupava especialmente. Adotou aquele verso parnasiano, cheio e ditongos a ponto de, em certo momento, aparecer a palavra raiz contada com uma só sílaba. Não teve preocupação de rimas. Rimou canseira e cera dentro da ora- lidade da poesia, que esta é, afinal, a grande verdade. Assim porque escolheu uma forma conhecida, não seduz o leitor somente por isso. Pouco variada, é uma forma de trabalho apenas tradicional. Mas esta adoção de forma já pré-estabelecida, o isossilabismo desses versos decassílabos, certas tendências formais que se repetem como as que se vêem observadas por vários críticos que lhe estudavam o tipo de verso, todo o material serve para colocar esta obra de arte, do ponto de vista formal, quase apagadamente; para ressaltar, então, o problema das ideias, do pensamento do poeta.” (...)
Ver E-book: https://issuu.com/antoniomiranda/docs/eu_augusto_dos_anjos
MORAIS, Edson Guedes de. Eu, Augusto dos Anjos. Jaboatão, PE: Editora Guararapes EGM, 2015. 12 p. ilus. col. 21x13,5 cm. Edição artesanal, limitada. Ex. bibl. Antonio Miranda
TEXTO EM ITALIANO
Extraído de
MIRAGLIA, Tolentino. Piccola Antologia poetica brasiliana. Versioni. São Paulo: Livraria Nobel, 1955. 164 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
RICORDI D'INFANZIA La mia balia, chiamata Cuglielmina,
Ipocrita, la balia simulava
Adesso vedo, con malinconia,
Rubavi una moneta, o balia mia,
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POÈME EN FRANÇAIS
AILE DE CORBEAU
Aile des corbeaux carnssiers, tu es une aile
Le destin veut aussi que je vive avec toi,
C ´est d´aile de corbeau que je fais ce sonnet,
C´est encore avec cette aile extraordinaire
Trad. de LORRAINE, Bernard. Poèmes du Brésil choisis, traduits et présentés par Bernard Lorraine. Paris: Les Editions Ouvrières Dessain et Tolra, 1985.187 p. (Enfance Hereuse des paus du monde) 13x21,5 cm. Ex. Bibl. Nacional de Brasília.
In ENGLISH
AUGUSTO DOS ANJOS (1884-1914, Brazil)
The short life of Anjos was marked with the publication of only one work, the 1912 book Eu. Largely ignored until the printing of its 1928 edition, Eu is a book partially defined by the transitory nature of Brazilian literature during the time between Romanticism, the Parnassians and the later avant-garde movements. Anjos's work acts as a bridge between the nineteenth and twentieth centuries. Anjos was born in Ingenio de Pau d'Arco, Paraiba, and died in Leopoldina, Minas Cerais. PRINCIPAL WORK: Eu (1912)
Extraído de
THE OXFORD BOOK OF LATIN AMERICAN POETRY: a bilingual anthology edited by Cecilia Vicuña and Ernesto Livon-Grosman. Agawam. MA, USA: Oxford University Press, 2009. 561 p. 16x24,5 cm. Contracapa, capa dura. ISBN 978-0-19-512454-5 Inclui os poetas brasileiros: Gregório de Matos, Antonio Gonçalves Dias, Manuel Antonio Alvares de Azevedo, Sousândrade, Antonio de Castro Alves, João da Cruz e Sousa, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos, Pedro Kilkerry, Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Raul Bopp, Cecilia Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Apolônio Alves dos Santos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Paulo Leminski. Ex. bibl. Antonio Miranda
A Philosopher's Agony Odile Cisneros, trans.
I read the Phtah-Hotep, I read the obsolete I'm witnessing here an insect's death! Atop the heterogeneous hieratic areopagus The thick veiling of secret worlds I tear; And just like Goethe, I catch the sight Of universal substance ruling there!
Agonia de um filosofo Consulto o Phtah-Hotep. Leio o obsolete Assisto agora a morte de um inseto! . . . No hierático areópago heterogêneo Rasgo dos mundos o velário espesso;
Modern Buddhism
Here, Doctor, take these scissors . . . cut
Alas! A vulture has alighted on my fate!
So let my life disintegrate
But let this aggregate of longings dwell
Budismo moderno
Tome, Dr., esta tesoura, e . . . corte
Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Dissolva-se, portanto, minha vida
(...)
"Fazendo mesmo o esforço mais insano
Perfil Chaleiro Possui claudicações de peru manco
*
TEXTOS EN ESPAÑOL CUATRO SIGLOS DE POESÍA BRASILEÑA. Introd., traducción y notas de Jaime Tello. Caracas: Centro Abreu e Lima de Estudios Brasileños; Instituto de Altos Estudios de América Latina; Universidad Simón Bolívar, 1983. 254 p Ex. bibl. Antonio Miranda
Traducción de Jaime Tello:
INARMONÍA Así, en la tierra, nuestras vidas,
Amo en los versos la sordina,
* Página ampliada e republicada em janeiro de 2
Página ampliada e republicada em novembro de 2022.
Página ampliada e republicada em novembro de 2008; AMPLIADA e republicada em janeiro de 2015. Ampliada em setembro de 2016; página ampliada e republicada em dezembro de 2017
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